Como pode um robô com inteligência artificial aprender de um cão?

Reconhecer a diferença entre um humano adulto e um bebê, de uma forma segura é uma superfície para poder pisá-la e passear por ela, subir e descer escadas ou até mesmo como evitar rapidamente um carro antes de ser atropelado. Estas são algumas das ações básicas “cão-robô” que uma equipe de pesquisadores do Instituto Allen, da Universidade de Washington tem ensinado uma rede neural artificial para que seja capaz de interpretar o comportamento dos caninos. Basicamente, foi treinada para pensar como um cão, e possa adquirir habilidades, sem a necessidade de ser programado para isso.
Para conseguir fazer isso, os pesquisadores tiveram primeiro que coletar informações. Fizeram-no em forma de vídeo e dados de movimento que conseguiram captar o comportamento de um cão chamado Kelp (um malamute do Alasca). No total, foram gravadas 380 vídeos curtos com uma câmera GoPro colocada na cabeça do cão. Além disso, serviram-se de diferentes sensores distribuídos ao longo de todo o seu corpo, incluindo as pernas. Para que vos torneis uma ideia, o modo de trabalho é o mesmo que quando os atores de Hollywood são gravados com tecnologia CGI (para recriar personagens como Gollum de “O Senhor dos Anéis” ou Thanos na última de “Os Vingadores”).
Neste caso, Kelp foi gravado em sua vida diária, recebendo estímulos naturais de caminho para o parque, jogando bola ou vivendo em casa com outros seres humanos e animais. Desta forma, o grupo de pesquisadores foi capaz de detectar a informação necessária que pode ser aprendida pela rede neural artificial. Você lembra do cão-robô de Boston Dynamics do que vos temos falado em outras ocasiões? Acaso imaginam que, em vez de ter que programar com um longo código-fonte para que realize determinadas ações pode usar o que aprendeu por um cão de verdade? Saberia que com um bebê há que medir a força, que certas superfícies não devem ser pisadas, se não queremos deixar-nos cair ou que para atravessar uma estrada é necessário, primeiramente, certificar-se de que não vem carro.
Isso sim, os robôs que são alimentados por esta tecnologia não será uma imagem paralela do cão, mas que aprendem de sua forma de se comportar para antecipar-se aos mesmos estímulos que, em seu momento, recebeu o can. Assim, é provável que não faça o que esperamos, mas o mero fato de que o próprio sistema tenha sido capaz de acrescentar ao seu conhecimento de certas ações básicas é um passo enorme dentro deste tipo de projectos. Realmente, não tiveram que programar certas ações, mas o próprio programa acabou por interiorizarlas (o que significa a eliminação de uma grande carga de trabalho).
Agora, o futuro passa por adaptar esta tecnologia não apenas ao mais cães, mas para outro tipo de animal de que aprender instintos que um humano levaria meses em agendar.
Como pode um robô com inteligência artificial aprender de um cão?