Localizam as ‘neurônios Bolt’

O atleta jamaicano Usain Bolt é uma lenda da competição / © Usain Bolt

Qual é a origem da enxaqueca?
Um cérebro para todos
Precisamos acreditar?
É verdade que só usamos 10% do cérebro?
Pronto como um golfinho
O corpo de Usain Bolt se transforma em um alto-falante que lança mensagem alta e clara no início de cada corrida. “Não vos tenho medo, não pode parar. Vou ganhar a todos”, parece dizer através de sair do corpo. Todos os seus adversários compreendem as suas mensagens. O que eles não sabem é que, enquanto seu aspecto exterior envia sinais intimidatorias, os neurônios de sua casca cingulada anterior (CCA) já tomaram a saída da carreira especial que caracteriza a conduta competitiva. É nesta área situada atrás dos olhos, onde cada atleta decide se todos os sacrifícios valem a pena chegar a ser o mais rápido, o mais alto e o mais forte.
A região do córtex frontal do cérebro já havia ligado para a tomada de decisões, mas a sua relação com a competitividade não se teve em conta até agora. “Isso é um tanto surpreendente, dado que este tipo de esforço predomina em a natureza e a CCA parece bem posicionada para codificar o esforço do competidor social”, indicam os investigadores que tenham atingido a conclusão em um experimento com ratos de laboratório, cujo trabalho tem chegado ao público através da revista Nature Neuroscience.
No caso dos atletas olímpicos a meta é a medalha de ouro, com toda a glória que traz consigo. No caso de os ratos que participaram do experimento de cientistas da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, a concorrência dirimiría quem levava a boca mais cereais cobertos de chocolate.
Os cientistas enfrentaram os animais a diversas provas que podiam conseguir um prêmio pequeno, sem ter que lidar com um congênere e a outras situações em que a competência seria necessária, mas o prêmio seria maior. Enquanto isso, a medida da atividade de neurônios da CCA.
Os ratos agredían e empujaban seus adversários como se fosse uma luta de boxe. Também teciam estratégias para afastar a comida de seus adversários, como em um jogo de xadrez. Mas somente aceitavam competir se consideravam que a análise de custo benefício que lhes era favorável.”Os neurônios da CCA eram sensíveis a mudanças sutis na força do oponente, e registravam os ratos dominantes ou muito motivadas como uma opção de muito esforço e pouco benefício”, continua o artigo.
Os resultados da pesquisa “teoria fornecem um vislumbre do que pode acontecer no nosso cérebro, porque sejamos atletas olímpicos muito competitivos, ou se você apenas compitamos pela última passadeira do ginásio”, explica a pesquisadora Kristin Hillman. Além disso, o sinal neuronal captada nos experimentos “, pode ser importante tanto para direcionar o comportamento competitivo como para manter-se longe de situações de risco em que, apesar de que a recompensa pode ser grande, o custo potencial é muito elevado”, conclui.
Localizam as 'neurônios Bolt'