Os transplantes, sem crise

No primeiro trimestre de 2011 foram feitas 1.007 transplantes.

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Transplante total de rosto
Transplante de coração
Transplantes para a Europa
A arte de criar órgãos
A ciência dos transplantes
Tráfico de órgãos
Fabricar um olho
A crise já passou, ao menos no que se refere à doação e transplante de órgãos em Portugal. No primeiro trimestre de 2011, o número de doadores aumentou 16,2% e o de transplantes de quase 25%, segundo os dados da Organização Nacional de Transplantes, ONT.
A crise tem sido vista e não vista. Os primeiros dados negativos apareceram em setembro de 1999 e, em um ano e meio, a tendência se inverteu. A maquinaria da GNT tem demonstrado, uma vez mais, estar perfeitamente lubrificada para encontrar uma solução para cada problema. “Nos demos conta -explica Rafael Matesanz, diretor da GNT-, de que fizemos bem o nosso trabalho em UTI, detectando possíveis doadores, mas não em outras áreas do hospital, como nas unidades de avc ou no serviço de urgência”. Esse “descuido” fazia com que não se oferecesse para os familiares de muitos doentes a possibilidade de doar seus órgãos. À medida anti-crise da GNT para chegar a mais potenciais doadores, há que acrescentar outras, como a incorporação da doação cruzada ou o aumento da vivo.
O modelo português de transplantes, uma referência para o resto do mundo, tinha tocado o teto porque nos últimos dez anos, e sobre tudo, desde a entrada em vigor da Lei de Segurança Rodoviária, em 2005, o número de doadores falecidos em acidentes de trânsito passou de 250 em 80. Também diminuíram as mortes por acidente de trabalho, não porque tenha mais segurança no trabalho, mas a consequência da crise, especialmente na construção. Em 1992, 43% dos órgãos veio de pessoas que havia sofrido um traumatismo craniano, o percentual diminui, pouco a pouco, até chegar a 5% no ano passado. Isso Portugal tem seguido a mesma tendência que a maioria dos países da União Europeia, com excepção dos do leste, como a Roménia e Portugal, onde o tráfego continua a ser um flagelo. Assim que, enquanto avança a investigação para a criação de órgãos em laboratório, há que procurar alternativas, e a GNT foi encontrado. A fórmula para dizer adeus à crise: analisar o problema e procurar uma solução. Princípio da eficiência, uma fórmula tão boa como para que outros o copiem.
Os transplantes, sem crise