Programa Jovem Aprendiz no Brasil serve de referência para El Salvador

Depois de ajudar 430 mil jovens aprendizes a encontrar emprego ativo, o Brasil será um modelo para os mercados de trabalho de El Salvador e Espanha sobre como lidar com o trabalho para menores. Desde 2005, quando entrou em vigor a Lei do Aprendizado a mesma que coloca em voga o Programa Jovem Aprendiz, o qual já ajudou  3,4 milhões de jovens  que foram contratados como aprendizes.

Os esforços de cooperação também permitirão que especialistas brasileiros entendam melhor como os outros dois países atuam nesta área, uma experiência que os ajudará a melhorar ainda mais os esforços de aprendizagem para os jovens no Brasil. A Ministra do trabalho e da Segurança Social de El Salvador, Sandra Guevara, ressaltou que a experiência brasileira é considerada um exemplo no mundo: “o Brasil teve uma experiência de sucesso com os jovens entrando no mercado de trabalho”, disse ele.

El Salvador tem uma população de cerca de 6 milhões, 54% dos quais são jovens. De acordo com Guevara, a taxa média de desemprego do país neste segmento é de até 12%. “A expectativa é introduzir mais jovens no mercado, e a modalidade de aprendizagem é um caminho excelente e muito claro”, acrescentou.

Aos jovens brasileiros que tenha interesse em aderir o programa basta ficar de olho nas vagas de empregos que são divulgadas no portal oficial e no jovemaprendiz2019.blog.br.

Programa Jovem Aprendiz

O porquê do programa

Cerca de 30% da população mundial é composta de adolescentes e cerca de 80% vivem em países em desenvolvimento – estes números indicam a importância de se compreender aspectos relacionados a esta população-alvo, incluindo a educação e os desafios para a prática profissional. Especificamente no que diz respeito à participação do adolescente no mercado de trabalho, observa-se uma elevada participação no Brasil quando comparado com outros países, o que se deve à abundância deste grupo, bem como ao caráter exploratório ainda existente neles.

O uso inadequado do trabalho infantil não pode ser desconsiderado, pois é um fenômeno que persiste apesar dos preceitos legais que regulam a área – dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que dois milhões de brasileiros entre 14 e 17 anos de idade trabalham irregularmente.

Apenas metade dos jovens com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos completam o ensino médio (IBGE, 2013) e há uma distorção de alta faixa etária com um número significativo de alunos na faixa etária de 18 a 19 anos. Além disso, 49% dos jovens de 15 a 17 anos estão fora do Ensino Médio e 18% fora das escolas.

De fato, em estudos nacionais e internacionais, o trabalho dos adolescentes tem uma relação direta com o nível socioeconômico e com o abandono escolar ou desempenho acadêmico. Estudos destacam que, enquanto adolescente, o trabalho é visto como prejudicial para os jovens do médio e alto nível socioeconômico, é considerado benéfico para os jovens de baixa renda.

Para quem se enquadra nessa situação a conquista de um primeiro emprego, muitas vezes, é a chance definitiva para sustentar a família e transformar o futuro para além do destino pré-determinado da pobreza. Com o programa milhares de jovens que não teriam acesso ao estudo e muito menos às universidades conseguem se integrar a sociedade de alguma maneira, facilitando assim, não somente o desenvolvimento pessoal mas da sociedade brasileira como um todo.